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Hotel de Trânsito de Oficiais

 SALÃO GUARARAPES

 

O Salão Guararapes foi inaugurado em 1997 como um Espaço Cultural na Entrada Principal do Quartel-General do Exército, local de acesso a autoridades civis e militares, nacionais e estrangeiras, em visita à sede do Comando da Força Terrestre do Brasil.

Para tanto, este Salão apresenta diversos elementos representativos da história da Força Terrestre do Brasil, destacando-se o "Tapete Guararapes", o busto do Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, o símbolo e o brasão de armas do Exército Brasileiro, a réplica da estátua de Nossa Senhora dos Prazeres, os quadros do artista e historiador militar Coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia e a panóplia com as bandeiras históricas do Brasil, dentre outros itens.

TAPETE GUARARAPES

 

 

Este tapete, doado pela Fundação Habitacional do Exército para compor a decoração do Salão Guararapes, no Quartel-General do Exército, é uma reprodução da obra do pintor catarinense Victor Meireles, a qual representa um momento épico de nossa História: a Primeira Batalha dos Guararapes, ocorrida em 19 de abril de 1648, nos Montes Guararapes, próximo à cidade de Recife, Pernambuco, considerada o marco de criação do Exército Brasileiro.

Essa Batalha, ocorrida durante a "Insurreição Pernambucana", em 19 de abril de 1648, próximo à cidade de Recife, Pernambuco, é considerada o marco inicial do Exército Brasileiro. Naquela memoriável ocasião, nossas tropas, formadas por patriotas luso-brasileiros, negros e índios, venceram os invasores holandeses, muito superiores em número e armamento, forçando-os, posteriormente, a abandonar o Nordeste brasileiro.

Durante a Insurreição Pernambucana, com o “Compromisso Imortal de Ipojuca”, firmado em 23 de maio de 1645, pela primeira vez em nossa história se registrou o uso da palavra “Pátria” para referir-se a esta terra.

Esta peça de artesanato, medindo seis metros de largura por doze metros de comprimento, foi confeccionada por vinte e cinco artesãs do município de Lagoa do Carro, situado a 60 km de Recife e que tem uma população de cerca de 20.000 habitantes, dos quais vinte por cento se dedica à arte da tapeçaria.

A confecção foi coordenada pela senhora Maria José Paes Barreto de Lemos e desenhada por sua filha Maria Laura. Foram utilizados 120 kg de lã, de 35 cores diferentes, trançada utilizando o ponto denominado "Estrela".

O trabalho de manufatura teve início em 15 de junho de 1998, sendo encerrado no dia 3 de setembro do mesmo ano. Nesse período, apenas o trabalho de riscar a tela, utilizando-se de 144 moldes medindo 50 x 100 cm, prolongou-se por um mês.

 

 

BUSTO DO MARECHAL LUÍS ALVES DE LIMA E SILVA,

O “DUQUE DE CAXIAS”

 

Em local de destaque no Salão Guararapes, apoiado sobre pedestal suspenso e ladeado pelos estandartes do Exército Brasileiro e do Duque de Caxias, o busto do Patrono do Exército foi confeccionado em bronze e mede 67 cm de altura.

Homenageia a figura do insigne Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias (25 de agosto de 1803 – 7 de maio de 1880), destacado militar, político e monarquista brasileiro, cognominado "O Pacificador" e "O Duque de Ferro".

Seguindo o exemplo de seu avô, de seu pai e de seus tios, abraçou desde cedo a carreira das armas. Em 1823, na Bahia, lutou contra tropas portuguesas que se recusavam a reconhecer a Independência do Brasil. Depois, passou três anos na Cisplatina, enquanto o governo imperial tentou resistir, sem sucesso, contra a secessão daquela província. Permaneceu leal ao Imperador Pedro I durante os protestos de 1831. Quando este abdicou em favor de seu filho, Pedro II, Caxias serviu ao novo imperador como mestre de armas, ensinando-lhe esgrima e hipismo e tornando-se seu amigo.

A regência que governou o Brasil durante a minoridade de Pedro II enfrentou várias revoltas por todo o país. Caxias comandou as forças lealistas, de 1839 a 1845, na pacificação de revoltas como a Balaiada, no Maranhão, as Revoltas Liberais em São Paulo e Minas Gerais, e a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul.

Sob seu comando, o Exército Imperial derrotou a Confederação Argentina em 1851-1852, na Guerra do Prata. Uma década depois, já como Marechal, novamente liderou as forças brasileiras para a vitória, desta vez na Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai. Como recompensa por seus feitos, foi elevado à nobreza, tornando-se, sucessivamente, barão (1841), conde (1845), marquês (1852) e, por fim, em 1869, a única pessoa a receber um título de duque durante o reinado de Dom Pedro II.

Tornou-se membro do Partido Regressista (posteriormente, Partido Conservador) na década de 1840. Foi eleito senador em 1846 e, dez anos depois, tornou-se o Presidente do Conselho de Ministros. Ocupou o cargo novamente durante um breve período, entre 1861 e 1862, saindo quando seu partido perdeu a maioria no Parlamento. Voltou à presidência do Conselho pela última vez em 1875 e ficou até 1878. Com a saúde cada vez mais debilitada, faleceu em 7 de maio de 1880, aos 76 anos de idade.

Foi oficialmente designado Patrono do Exército Brasileiro em 13 de março de 1962, personificando o ideal de soldado e tornando-se a figura mais importante da tradição historiográfica militar brasileira.

 

SÍMBOLO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

 

Ornamentando a parede lateral do Salão Guararapes, este item é confeccionado em alumínio esmaltado e mede 126 cm x 80 cm.

O Símbolo do Exército é constituído por um escudo de três elipses concêntricas, filetadas, na cor dourada. A elipse central é de cor azul e contém o Cruzeiro do Sul na cor prateada. O espaço entre as elipses central e média é de cor amarela e entre a média e a externa, verde. Um resplendor formado por vinte lâminas envolve o escudo. Sob o escudo, seguindo o seu eixo vertical, um sabre deixa aparecer o punho e a ponta. O resplendor e o sabre são também na cor prata.

Neste símbolo, a espada representa a ação de comando, a liderança. Também está ligada aos valores cavalheirescos – honra, destemor, valentia – atributos que caracterizam a vocação militar.

O Cruzeiro do Sul, inspirado no símbolo anterior da Instituição (Cruzeiro do Sul enquadrado por um círculo seccionado vazado) é pleno de significados históricos, particularmente atribuídos à cruz no contexto brasileiro: símbolo cristão-português, relacionado com a descoberta e a conquista do território que hoje constitui o Brasil.

O escudo simboliza a defesa do território nacional e, desta forma, a composição das bordaduras e do campo do escudo adotou as cores nacionais.

O resplendor prateado, constituído de vinte pontas de sabre, ao mesmo tempo em que ornamenta o escudo, remete à ideia da defesa em todas as direções.

 

Símbolo do Exército anterior

BRASÃO DE ARMAS DO EXÉRCITO BRASILEIRO

 

 

 

Ornamentando a parede lateral do Salão Guararapes, este item é confeccionado em alumínio esmaltado e mede 122 cm x 102 cm.

O Brasão de Armas do Exército Brasileiro foi instituído pelo Decreto nº 94.336, de 15 de maio de 1987 e alterado pelo Decreto nº 1.531, de 22 de junho de 1995, apresentando a seguinte descrição heráldica:

 

" Escudo clássico português partido de vermelho e azul, tendo em brocante um grifo de ouro, animado, lampassado e armado de preto, segurando nas garras uma estrela de oito pontas, de prata, simbolizando: a figura mitológica do grifo, a vigilância e a guarda na defesa da Pátria e da lei, e a estrela de oito pontas, a necessidade de se agir em todos os pontos cardeais, em busca da União: o elmo, simbolizando o militar, de prata e forrado de púrpura, a três quartos para destra, com correia azul, paquife e virol de azul e vermelho. Tem por insígnia, num listel de verde, ondulado, sotoposto ao escudo em letras de ouro: Exército Brasileiro – 1648".

  

NOSSA SENHORA DOS PRAZERES

 

A devoção à Virgem Maria com o título de Nossa Senhora dos Prazeres é muito antiga e originou-se em Portugal. Esse título refere-se às sete alegrias vividas por Nossa Senhora na terra, junto de seu filho Jesus, reveladas por ela a um frade franciscano que lhe devotava especial afeição: anunciação do anjo Gabriel, visita à sua prima Isabel, nascimento de Jesus, encontro com o menino no Templo, ressurreição de Jesus Cristo, vinda do Espírito Santo e sua assunção e coroação como Rainha do Céu.

A imagem exposta no Salão Guararapes, em madeira policromada, medindo 75 cm de altura, foi confeccionada pelo artesão pernambucano Elias Sultanum, em 2004. É uma réplica daquela existente na Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, situada no interior do Parque Histórico Nacional dos Montes Guararapes, na cidade de Jaboatão dos Guararapes - PE.

Essa igreja foi construída nas primeiras décadas do século XVII, nas terras doadas pelo capitão Alexandre Moura, então proprietário do Engenho Guararapes. Entre 1676 e 1680, foi ampliada com a construção de uma nave maior e uma sacristia. Em 1720 foram concluídas obras da capela-mor, dos altares laterais e do arco-cruzeiro. Em 1795 foi acrescido um frontispício emoldurado por dois campanários, sobre um pórtico com três arcadas.

Nossa Senhora dos Prazeres foi instituída Padroeira das tropas luso-brasileiras durante o comando do Mestre-de-Campo General Francisco Barreto de Menezes, já por ocasião da 1ª Batalha dos Guararapes, em 19 de abril de 1648, durante a Insurreição Pernambucana contra os invasores holandeses.

A venerada imagem acompanhou as tropas durante os combates, sendo conduzida triunfante pelos Patriarcas do Exército Brasileiro após as consagradas vitórias contra o invasor, nos Montes Guararapes.

Em agradecimento pela vitória obtida, Francisco Barreto de Menezes solicitou a construção de uma pequena capela, dentro da própria Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, em louvor a Nossa Senhora dos Prazeres.

Em 31 de maio de 2008, mediante Decreto do Ordinariado Militar do Brasil, Nossa Senhora dos Prazeres foi instituída Padroeira do Comando Militar do Nordeste.

 

 

CORONEL R/1 PEDRO PAULO CANTALICE ESTIGARRÍBIA

 

 

Natural de Porto Alegre - RS, o Coronel de Cavalaria e Estado-Maior Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia é aspirante-a-oficial da turma de 20 de dezembro de 1956 da Academia Militar das Agulhas Negras, onde viria a servir como instrutor e, depois, como instrutor-chefe do Curso de Cavalaria. Possui os títulos de Mestre e Doutor em aplicações militares, correspondentes, respectivamente, aos cursos da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).

Na vida civil, é Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), turma de 1995, tendo seus méritos reconhecidos no meio cultural do Estado do Rio Grande do Sul pelo conjunto de sua obra.

Exerce funções de Assessoria Cultural junto ao Exército desde 1994, tendo como missão o registro de episódios da história militar do Brasil.

Realizou as obras do Salão Guararapes durante a gestão do Ministro Zenildo de Lucena, sendo Secretário-geral do Exército e idealizador do Salão, o então General-de-Divisão Antônio Araújo de Medeiros.

Verdadeira "lenda" no âmbito da Força Terrestre, o Coronel Estigarríbia tem suas obras espalhadas por diversas Organizações Militares em todo o território nacional, contribuindo para a preservação da memória de nossos episódios militares.

O Salão Guararapes conta com onze de suas obras, as quais representam, artística e cronologicamente, episódios da história do Exército Brasileiro, desde suas origens durante a Insurreição Pernambucana, até sua vitoriosa participação na Segunda Guerra Mundial. Todas foram batizadas pelo próprio autor e produzidas durante os anos de 1997 e 1998.

 

AS ORIGENS

 

 

As origens do Exército Brasileiro se situam nas lutas da chamada "Insurreição Pernambucana" quando, na primeira metade do Século XVII, tropas locais, formadas e lideradas por luso-brasileiros, índios e negros, praticamente sem receber nenhum recurso ou reforço de Portugal, enfrentaram e expulsaram os invasores holandeses que ocuparam partes do Nordeste brasileiro a fim de explorar as riquezas locais, em especial a produção do açúcar.

A carência de recursos frente a um adversário poderoso fez com que os insurgentes empregassem armas obsoletas e improvisadas e adotassem táticas diferenciadas de combate, organizando-se em "Companhias de Emboscada" e realizando ações de guerrilha, na época conhecidas como "Guerra Brasílica", atacando rápida e furtivamente as forças holandesas e logo desaparecendo nas matas.

Esta obra apresenta, em destaque, as três etnias que se uniram para derrotar o invasor e que, na sua miscigenação, deram origem ao povo brasileiro. Retrata, também, um grupo de patriotas, em primeiro plano, preparando-se para atacar de surpresa as bem armadas e organizadas tropas holandesas, que figuravam, na época, dentre as melhores do mundo.

 

CONSOLIDANDO A CONQUISTA

 

 

À partir da descoberta, não demorou muito para que nossos antepassados rompessem os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas e se interiorizassem na vastidão selvagem do território sul-americano, em busca de riquezas, alargando nossas fronteiras e conquistando novas terras.

Contra a reação vigorosa das vizinhas colônias espanholas, foram travados memoráveis combates, principalmente na vasta planície meridional, junto às longínquas barrancas dos rios formadores da Bacia do Prata, delineando e consolidando nossas fronteiras e evidenciando o valor combativo do soldado brasileiro.

Ao mesmo tempo, poderosas frotas europeias, atraídas pela cobiça, constantemente buscavam pilhar nosso extenso e rico litoral, sendo repelidas a tiros de canhão do topo das fortalezas, e empurradas de volta para o mar.

Esta obra retrata a defesa do litoral brasileiro contra as incursões navais estrangeiras e as lutas pela consolidação das fronteiras terrestres do Norte e do Sul.

 

PRINCIPADO DO BRASIL

 

 

A invasão de Portugal por Napoleão Bonaparte, em 1808, obrigou a corte portuguesa, sob a regência de D. João, a transferir-se para o Brasil, provocando transformações de natureza política e econômica e importantes iniciativas no campo militar, muitas das quais resultaram permanentes.

Ainda em 1808, por questões políticas, D. João determinou a ocupação da Guiana Francesa.

Entre 1808 e 1816, foram criadas a Secretaria de Estado da Guerra e Negócios Estrangeiros, sendo seu primeiro titular D. Rodrigo de Souza Coutinho, o Conde de Linhares, e a Real Academia Militar, instalada na Casa do Trem da Artilharia (atual Museu Histórico Nacional), embrião da atual Academia Militar das Agulhas Negras. Nesta, inicialmente, matricularam-se 73 alunos, sendo que o Tenente-General Carlos Antonio Napion, atual Patrono do Quadro de Material Bélico, foi seu primeiro comandante.

Em 16 de dezembro de 1815, o então Principado do Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarve.

Esta obra retrata o regente D. João e seu Gabinete de Ministros, a criação da Academia Real Militar e a ocupação da Guiana Francesa pelas tropas brasileiras.

 

EMANCIPAÇÃO

 

 

Em 7 de setembro de 1822, às margens do Riacho Ipiranga, o Príncipe Regente D. Pedro decide romper com Portugal e proclamar a emancipação do Brasil, bradando "Independência ou Morte!". Esse gesto desafiador desencadeou desde revoltas de inconformadas tropas portuguesas até manifestações revoltosas locais que poderiam provocar a dissolução do Império e o desmembramento do território nacional.

Esses eventos tiveram a participação de Luís Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro. Foi Porta-Estandarte do Batalhão do Imperador e teve seu batismo de fogo, como tenente, na "Guerra da Independência", enfrentando forças portuguesas em Salvador, em 1823. No período das lutas internas, sua atuação foi decisiva na pacificação de rebeliões no Maranhão ("Balaiada"), nas revoltas liberais em Minas Gerais e São Paulo e na "Revolução Farroupilha" no Rio Grande do Sul, pelo que recebeu a alcunha de "PACIFICADOR".

Esta obra retrata D. Pedro, ao receber despachos de Portugal às margens do Riacho Ipiranga, momento que antecede ao grito de Independência, e a trajetória vitoriosa do Duque de Caxias, ostentando a nova Bandeira Imperial do Brasil, combatendo na "Guerra da Independência" ao lado da heroína Maria Quitéria de Jesus, atual patrono do Quadro Complementar de Oficiais, na pacificação das revoltas liberais e, por fim, na assinatura do Tratado de Paz de Ponche Verde, em 1845, junto ao general farroupilha Davi Canabarro, encerrando o conflito que ensanguentou os pampas gaúchos durante dez anos.

 

SANTOS LUGARES

 

 

Entre 1851 e 1852, o Império do Brasil, aliado ao Uruguai e às províncias argentinas de Corrientes e Entre Rios, envolveu-se em um conflito contra o ditador uruguaio Manuel Oribe e o ditador argentino Juan Manuel de Rosas, o qual ficou conhecido como "Guerra do Prata" ou "Guerra contra Oribe e Rosas".

Este conflito foi decidido na Batalha de Monte Caseros, próximo a Buenos Aires, em 3 de fevereiro de 1852, conhecida também como Batalha dos Santos Lugares ou Batalha de Morón. Nesse combate, o 2º Regimento de Cavalaria, comandando pelo então Tenente-Coronel Manuel Luis Osorio, futuro Marquês do Herval e atual Patrono da Arma de Cavalaria do Exército Brasileiro, teve atuação destacada como uma das tropas mais valorosas.

Em reconhecimento à bravura e liderança do maior de seus cavalarianos, o Imperador D. Pedro II promoveu-o ao posto de Coronel, condecorou-o com a Ordem Imperial do Cruzeiro, a primeira ordem honorífica do Brasil independente, e presenteou-lhe, bem como a seus oficiais, com uma pistola "Tower", reconhecidamente uma das melhores da época.

Esta obra retrata o momento em que um emissário solenemente entrega ao Cel Osorio o presente enviado pelo Imperador do Brasil.

 

DOURADOS E ITAPIRU

 

 

No início da Guerra da Tríplice Aliança, dois de nossos heróis corporificaram, em seu grau mais extremo, o sentimento do dever, sacrificando as próprias vidas em defesa da Pátria.

O primeiro foi o Tenente Antônio João Ribeiro, atual Patrono do Quadro Auxiliar de Oficiais. Em dezembro de 1864, no comando da longínqua Colônia Militar de Dourados, na atual cidade de Antônio João-MS, ao tomar conhecimento da aproximação de uma coluna inimiga muito superior em número, mandou evacuar os civis e resistiu, com sua diminuta guarnição de 15 homens, até sucumbir em combate frente à esmagadora superioridade adversária. Antes de morrer, enviou a seu comandante a mensagem que perpetuou seu exemplo de bravura e estoicismo: "Sei que morro, mas o meu sangue e o de meus companheiros servirá de protesto solene contra a invasão do solo da minha Pátria".

O segundo foi o Tenente-Coronel João Carlos de Villagran Cabrita, atual Patrono da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro. Durante a arremetida para fincar pé em território inimigo, no dia 10 de abril de 1866, no comando do 1º Batalhão de Engenharia, tombou vitimado por certeiro tiro de artilharia disparado da fortificação de Itapiru, no momento em que, a bordo de um lanchão, redigia a parte de combate da exitosa conquista da ilha de Redenção, imprescindível à transposição do Passo da Pátria.

Esta obra retrata a ação do Tenente Antônio João, liderando heroicamente seus comandados na defesa da Colônia Militar de Dourados, e o momento em que o Tenente-Coronel Villagran Cabrita é surpreendido pelo fogo inimigo enquanto redige sua parte de combate.

 

EM TUIUTI

 

 

A Batalha de Tuiuti ocorreu em 24 de maio de 1866 nos pântanos ao redor do lago Tuiuti, quando 23.000 paraguaios atacaram as forças Aliadas, compostas por 21.000 brasileiros, 10.000 argentinos e 1.200 uruguaios. Após seis horas de intensos combates e de sofrer pesadas baixas, os paraguaios retiraram-se, culminando uma expressiva vitória dos Aliados nesta que é considerada a maior batalha campal da América Latina.

Destacaram-se as ações do Brigadeiro Antônio de Sampaio, atual Patrono da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro, o qual, no comando da 3ª Divisão de Infantaria, a "Divisão Encouraçada", barrou os sucessivos ataques inimigos e impulsionou seus infantes até a certeza da vitória, mesmo sendo ferido três vezes.

Da mesma forma, destacou-se o então Coronel Emilio Luis Mallet, atual Patrono da Arma de Artilharia do Exército Brasileiro, comandante do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, o qual posicionou suas 24 peças de canhões raiados "La Hitte" atrás de um profundo fosso, bradando a seus comandados: "Eles que venham! Por aqui não passam!". O fosso e os tiros rápidos e certeiros da "Artilharia Revólver" de Mallet barraram todas as cargas e todos os assaltos contra sua posição.

A Batalha de Tuiuti ficou conhecida como a "Batalha dos Patronos", por contar com a presença do Brigadeiro SAMPAIO, Patrono da Arma de Infantaria, do Coronel MALLET, Patrono da Arma de Artilharia, e do General OSORIO, Patrono da Arma de Cavalaria, no comando das forças Aliadas.

Esta obra retrata, em primeiro plano, a ação da Infantaria Brasileira, sob o comando do Brigadeiro Sampaio, no momento em que este, montado em seu cavalo, recebe um dos três ferimentos que o vitimaram. E, em segundo plano, a "Artilharia Revólver", sob o imperturbável comando do Coronel Mallet, montado em seu cavalo tordilho.

 

DESBORDAREMOS PELO CHACO!

 

 

 

Após a queda da Fortaleza de Humaitá, em julho de 1868, o presidente paraguaio Francisco Solano Lopez concentrou suas forças em poderosas fortificações ao longo do rio Piquissiri, na margem esquerda do rio Paraguai. Flanqueavam essas posições uma extensa lagoa, a leste, a estreiteza do rio Paraguai em Angostura e a vastidão do chaco, a oeste.

Solano Lopez estava convencido que as forças Aliadas não poderiam cruzar o chaco. Mas Caxias, como um Aníbal moderno, decidiu manobrar pelo terreno pantanoso. Para tanto, determinou a construção de uma estrada sobre estivas, com mais de dez quilômetros de extensão e utilizando cerca de seis mil troncos de palmeira "carandá", abundante na região.

Essa operação é considerada a mais ousada e criativa de todo o conflito. Com a "Manobra de Piquissiri" os Aliados lograram atacar os paraguaios pela retaguarda, inesperadamente, obrigando-os a recuar na direção do arroio Itororó, onde, a 6 de dezembro de 1868, ocorreu a célebre batalha que deu início às vitórias da "Dezembrada".

Esta obra retrata o momento em que o então Marquês de Caxias anuncia sua ousada decisão de construir uma estrada sobre o chaco, a qual permitirá às forças aliadas transpôr aqueles terrenos pantanosos e desbordar a poderosa posição paraguaia.

 

NO CORTE DO AVAÍ

 

 

 

Após a vitória em Itororó, as forças da Tríplice Aliança atacaram as tropas paraguaias entrincheiradas no corte do arroio Avaí e que impediam o prosseguimento para Villeta, nas barrancas do Rio Paraguai.

Em 11 de dezembro de 1868, o 3º Corpo de Exército, sob o comando do General Manoel Luis Osorio, após manobrar em amplo envolvimento, desencadeou o ataque, apesar do do mau tempo que prenunciava inúmeras dificuldades a ser enfrentadas contra um adversário valoroso e obstinado.

Nessa campanha, Osorio liderou suas Três Divisões de Cavalaria em entreveros mortais contra as posições inimigas. Continuou em ação mesmo ferido na mandíbula por um tiro de fuzil, conduzindo seus homens à vitória e obrigando o inimigo à retirada.

Esta obra retrata a liderança do Marquês do Herval, antes da batalha, exortando seus cavalarianos para o combate e a glória.

 

RONDON

  

 O Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, Patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro, nasceu em Santo Antônio de Leverger-MT, em 5 de maio de 1865, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro-RJ, em 19 de janeiro de 1958. Além de sua exemplar vida militar, destacou-se como sertanista, engenheiro, astrônomo, geógrafo e etnólogo.

Por quatro décadas, a partir de 1890, desbravou as regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, estendendo cerca de 6.000 quilômetros de linhas telegráficas e descobrindo inúmeros acidentes geográficos então ignorados.

Preocupou-se, em especial, com a assistência aos indígenas, tendo participado da criação do Serviço Nacional de Proteção ao Índio. Sua forma de agir no tratamento com os silvícolas imortalizou-se no lema: "Morrer se preciso for. Matar, nunca!"

Esta obra representa os trabalhos da Comissão Rondon na construção de linhas telegráficas ligando o extremo oeste ao extremo norte do Brasil, contando com a presença dos indígenas que ele sempre buscou conhecer e proteger.

PENÚLTIMA MISSÃO

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil destacou-se como o único país da América Latina a enviar tropas para combater em um Teatro de Operações daquele conflito: a Força Expedicionária Brasileira (FEB), sob o comando do então General-de-Divisão João Baptista Mascarenhas de Moraes.

Constituída pela 1ª Divisão de Infantaria Divisionária, Unidades de apoio e órgãos não-divisionários, a FEB contou com 25.334 homens e mulheres que atuaram no Teatro de Operações da Itália, integrando o 5º Exército dos Estados Unidos da América e utilizando armamentos, equipamentos, viaturas e táticas norte-americanos.

À partir de seu batismo de fogo, em 16 de setembro de 1944, na região do vale do rio Serchio, sucessivos objetivos foram conquistados nos Montes Apeninos e no vale do rio Pó, dentre os quais se destacam: Massarosa, Camaiore, Monte Prano, Castelnuovo, Barga, Monte Castelo, Montese, Zocca e Colecchio.

Culminando esse ciclo de vitórias, a FEB cercou e forçou à rendição, na localidade de Fornovo di Taro, a 148ª Divisão de Infantaria alemã, além de remanescentes da 90ª Divisão Leve e da 1ª Divisão Bersaglieri Italia, italiana, sendo capturados quase 15.000 homens, incluindo dois generais: o alemão Otto Fretter Pico e o italiano Mario Carloni.

Esta obra foi intitulada "Penúltima Missão" para dar a entender que a última missão do Exército Brasileiro ainda está para ser cumprida, reproduz o momento da rendição da 148ª Divisão de Infantaria alemã à Força Expedicionária Brasileira.

 

PANÓPLIA

 

BANDEIRAS HISTÓRICAS DO BRASIL

 

Panóplia, do grego "todas as armas", é o substantivo que designa o conjunto de todas as peças que compunham a armadura de um guerreiro hoplita na Grécia Antiga. Por analogia, na Idade Média passou a designar a armadura completa dos cavaleiros medievais. Por extensão de sentido, este termo é utilizado para designar uma coleção ou um arranjo de objetos afins, como armas, escudos, bandeiras, etc.

Neste contexto, esta panóplia, formada por treze bandeiras, com a atual Bandeira Nacional Brasileira ao centro, apresenta, em ordem cronológica da esquerda para a direita, todas as bandeiras que o Brasil teve como testemunha de sua História, desde a Bandeira da Ordem de Cristo, que acompanhou a frota de Pedro Álvares Cabral no ano de 1500, até a Bandeira Provisória da República, que vigorou por apenas quatro dias, de 15 a 19 de novembro de 1889, quando da proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil.

 

BANDEIRA DA ORDEM DE CRISTO (1332 – 1651)

 

 

A Ordem de Cristo, rica e poderosa, patrocinou as grandes navegações lusitanas e exerceu grande influência nos dois primeiros séculos da vida brasileira. A Cruz de Cristo estava pintada nas velas da frota cabralina e o estandarte da Ordem esteve presente no descobrimento de nossa terra, participando das duas primeiras missas e tornando-se o primeiro signo da história de nossa Heráldica. Os marcos de demarcação terrestre traziam de um lado o escudo português e do outro a Cruz de Cristo.

 

BANDEIRA REAL (1500 – 1521)

 

 

Era o pavilhão oficial do Reino Português na época do descobrimento do Brasil e presidiu a todos os acontecimentos importantes havidos em nossa terra até 1521. Como inovação apresenta, pela primeira vez, o escudo de Portugal.

  

BANDEIRA DE D. JOÃO III (1521 – 1616)

 

 

 

O lábaro desse soberano, cognominado “o Colonizador”, tomou parte em importantes eventos de nossa formação histórica, como as expedições exploradoras e colonizadoras, a instituição do Governo Geral na Bahia em 1549 e a posterior divisão do Brasil em dois Governos, com a outra sede no Maranhão.

 

BANDEIRA DO DOMÍNIO ESPANHOL (1616 – 1640)

 

 

 

Este pendão, criado em 1616, por Felipe II da Espanha, para Portugal e suas colônias, assistiu as invasões holandesas no Nordeste e ao início da expansão bandeirante, propiciada, em parte, pela “União Ibérica”.

 

BANDEIRA DA RESTAURAÇÃO (1640 – 1683)

 

 

Também conhecida como “Bandeira de D. João IV”, foi instituída, logo após o fim do domínio espanhol, para caracterizar o ressurgimento do Reino Lusitano sob a Casa de Bragança. O fato mais importante que presidiu foi a expulsão dos holandeses de nosso território. A orla azul alia à ideia de Pátria o culto de Nossa Senhora da Conceição, que passou a ser a Padroeira de Portugal, no ano de 1646. 

BANDEIRA DO PRINCIPADO DO BRASIL (1645 – 1816)

 

 

 

Em fundo branco com uma esfera armilar, encimada por um globo azul com zona de ouro, sobre o qual aparece a Cruz da Ordem de Cristo, este foi o primeiro pavilhão elaborado especialmente para o Brasil. D. João IV conferiu a seu filho Teodósio o título de “Príncipe do Brasil”, distinção transferida aos demais herdeiros presuntivos da Coroa Lusa. A esfera armilar de ouro passou a ser representada nas bandeiras de nosso País.

 

BANDEIRA DE D. PEDRO II, DE PORTUGAL (1683 – 1706)

 

 

 

Esta bandeira presenciou o apogeu da epopeia bandeirante, que tanto contribuiu para nossa expansão territorial. É interessante atentar para a inclusão do campo em verde (retângulo), que voltaria a surgir na Bandeira Imperial e foi conservado na Bandeira atual, adotada pela República.

 

BANDEIRA REAL – SÉCULO XVII (1600 – 1700)

 

 

 

Esta bandeira foi usada como símbolo oficial do Reino ao lado da Bandeira da Restauração, do Principado do Brasil e da Bandeira de D. Pedro II, de Portugal.

 

BANDEIRA DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVE (1816 – 1821)

 

 

 

Criada em consequência da elevação do Brasil à categoria de Reino, em 1815, presidiu as lutas contra Artigas, a incorporação da Cisplatina, a Revolução Pernambucana de 1817 e, principalmente, a conscientização de nossas lideranças quanto à necessidade e à urgência de nossa emancipação política. O Brasil está representado nessa bandeira pela esfera armilar de ouro, em campo azul, que passou a constituir as Armas do Brasil Reino.

 

 

BANDEIRA DO REGIME CONSTITUCIONAL (1821 – 1822)

 

 

A Revolução do Porto, em 1820, fez prevalecer em Portugal os ideais liberais da Revolução Francesa, abolindo a monarquia absoluta e instituindo o regime constitucional, cujo pavilhão foi criado em 21 de agosto de 1821. Foi a última bandeira lusa a tremular no Brasil.

  

BANDEIRA IMPERIAL DO BRASIL (1822 – 1889)

 

 

Criada por Decreto de 18 de setembro de 1822, era composta de um retângulo verde (cor da Casa de Bragança, de Dom Pedro I) e nele, inscrito, um losango ouro (amarelo, cor da Casa de Habsburgo-Lorena, de Dona Leopoldina), ficando no centro deste o Escudo de Armas do Brasil. De autoria do pintor e desenhista francês Jean Baptiste Debret, com a colaboração de José Bonifácio de Andrada e Silva, o “Patriarca da Independência”, assistiu ao nosso crescimento como Nação e a consolidação da unidade nacional.

  

BANDEIRA PROVISÓRIA DA REPÚBLICA (15 A 19 Nov 1889)

 

 

 

Claramente inspirada na bandeira dos Estados Unidos da América, era composta por treze listras horizontais, sendo sete verdes e seis amarelas, com um retângulo azul no quadrante superior esquerdo, contendo vinte e uma estrelas brancas, simbolizando os então vinte Estados e o chamado Município Neutro (futuro Distrito Federal). Esta bandeira foi hasteada na redação do jornal “A Cidade do Rio”, após a proclamação da República, e no navio “Alagoas”, que conduziu a família imperial ao exílio.

 

BANDEIRA NACIONAL BRASILEIRA (19 Nov 1889 – Atualidade)

 

 

 

Adotada oficialmente em 19 de novembro de 1889, foi idealizada pelo professor Raimundo Teixeira Mendes, com colaboração de Miguel Lemos, do astrônomo Manuel Pereira Reis e do pintor Décio Vilares. Constituída de um losango amarelo em campo verde, tendo no meio a esfera celeste azul, semeada com 27 estrelas que representam os Estados e o Distrito Federal, e atravessada por uma zona branca com a inscrição positivista “Ordem e Progresso”, em verde.

 

 

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